quinta-feira, outubro 06, 2011


NÃO É O QUÊ VOCÊ PODE...

Não preciso dizer que dia é hoje porque está escrito ali em cima, mas digo que engordei. Novamente. Peso hoje 95. Não são 95 ovos, 95 pipocas, 95 maçãs, sequer 95 caranguejos. São 95 quilos. Praticamente 2 sacos de cimento. O "Volverine" pesa 95 quilos. A Beth Ditto pesa 95 quilos.
E eu. Tenho uma saúde exemplar. Raramente fico doente. Tive uma doença que ninguém tinha ouvido falar e na época minha amiga mestra em internet encontrou 5 linhas a respeito. Era "Síndrome de Fadiga Crônica". Tenho fotofobia. Tive rinite alérgica brabissima que desapareceu de um dia para o outro depois de anos e anos e toneladas de lencinhos de papel. Depressão. E obesidade. Depressivo com fotofobia morando na Bahia já é uma tortura diária. Ser gordalouca vem no pacote.
Acordo as 5 da tarde. Estou na fase do trocar o dia pela noite. Das 6 ou 7 coisas absolutamente necessárias a fazer sei que não farei nenhuma - e olha que uma delas é consertar o ar condicionado do carro. A inércia é uma merda. E poderosa.
Várias idéias que requerem um certo movimento corporal vem a mente e são descartadas. Se há alguma coisa possível de ser aceita pela mente/corpo, essa coisa é um milagre.
O que até hoje me surpreende é perceber o quanto é difícil - porque é impossível uma ação.
Frases do tipo "é preciso força de vontade" ou aquelas que começam com "você tem que" já me apresentam a um ser que não tem noção do que é vício [a comida no caso] ou do que é doença [obesidade/depressão]. Senão não falaria. Quem sabe não fala nada. Exceto se puder fazer uma coisa: me pegar pela mão e me conduzir para onde eu consigo ir, quando consigo, como consigo.
Mas somos assim. Queremos muito ajudar, socorrer, salvar. Só que sem perceber a gente quer fazer do nosso jeito. No nosso limite. No nosso campo. Com nossos valores. Assim, depois fica fácil driblar a consciência e dormir o sono tranquilo pensando "ela não quer ser ajudada" - porque ela não aceitou se mudar pra Xique Xique [ou Paris].
Quantas vezes a gente tentou ajudar alguém perguntando: O que você quer que eu faça? é provável que nenhuma. Normalmente a pergunta da gente já vem com o limite de socorro embutido: O que eu posso fazer?
A miserável da criatura que está lá destruída no olho do furação, que nem pensa, deve então traçar uma lista mental de possibilidades... do outro... antes de responder. Sendo honesta vai dizer: não sei.
Veja bem... quem está na fase do "que eu posso fazer" agora é a hora de ficar calada tá?
E dá-lhe Beth Ditto!




1 Comentários:

Anonymous Rosana disse...

Carminha...Carminha, vc tem 99% de razão. Deixo o 1% por conta do inesperado. Encontrei um caminho por conta dele. Um dia te conto.

22 outubro, 2011 12:27  

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