quinta-feira, outubro 22, 2015


Quatro pacotes de facadas

Não há de fato nada de mais no processo de emagrecimento.
Exceto o processo em si.
Não é a comida que atrapalha. É a cabeça. O pensamento. Aquele milionésimo de  segundo que decide por você que você vai levantar de onde está e comer uma bolacha. Aí entenda-se um pacote de bolacha.  É aquele micro instante entre dois caminhos que permite que você pare e faz você escolher um sem que você escolha. Como se a própria  bifurcação te jogasse pra um lado. Sempre o lado da pizza. Do pão. Do doce. Um diabo que tem um anzol na ponta do tridente e te agarra.
Daí em diante é piloto automático. Até que acabem todos os pedaços da pizza. Todos bis do pacote. Todos os pãezinhos de queijo. Todas as batatas fritas da caixa.
Esse mistério do todos... me intriga.
Não há limite não importa o tamanho da embalagem.
Podem ser duas duzias de pastéis de Belém porque a promoção do Habibs dá duas dúzias.
Podem ser três sonhos de valsa porque foi o que veio de troco.
Pode ser aquele balde de pipoca pra acompanhar a novela.
Mas é inteiro. Tudo. Toda. Não sobra nada.  Tipo um pudim de leite condensado. O pudim todo.
Esse mecanismo de parar que não é acionado... é que me intriga.
Fico imaginando quantas facadas eu sou capaz de dar em alguém que eu quero matar.  




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