quinta-feira, novembro 08, 2012


LIGAMENTOS

O resultado da queda de ontem é uma perna imobilizada até quarta feira da semana que vem. SEM COLOCAR O PÉ NO CHÃO!  Muito chato... No táxi, da saída da clínica já fomos (a doméstica e eu) direto pra loja alugar muletas. Bonitinhas e ordinárias. Ordinárias pra quem pesa quase cem quilos... claro...
Primeiro eu não conseguia sair do carro na garagem. A mente não chegava a conclusão sobre que movimentos deveriam ser feitos e eu não fazia nada. Como entrei?  O motorista, bem mais experiente do que eu, ía passando as coordenadas. Ok. Mas tinha o ponto H. Aquele momento em que a bunda se desgruda do banco. Bunda de gordo é como base de João Teimoso: vai e volta sozinha.
De pé. Seguro as muletas. E... impossível passar o peso do corpo pra elas. Pular numa perna só? Como? (Saci é magrinho magrinho)
Depois de alguns minutos conseguimos eu e a doméstica entrarmos no elevador.
Pra sair outra crise de total e absoluta ignorância. Como se mexer? Eu estava colada no chão do elevador. Tira uma muleta, apóia, pega a outra, apóia assim, e agora vai! Vai como? Tem que levantar o corpo todo apoiada num pé e acreditar que o corpo dar uma leve balançada e pousar ali na distância exata do que seria um passo. Tento. Nada. Tento novamente mentalmente. Nada. Percebo que vou ter que me esforçar muito, na base do estivador mesmo pra up. Ok. Vamos lá!
Inspiro, seguro firme as duas muletas e vou. E quebro a costela.
Uma dor enorme no meio do peito. Curvei demais os ombros na hora de inclinar pra frente. O peso foi demais (que novidade...) para braços gordos e com zero de músculos. Um horror.
Dali pra entrar no apartamento não sei como foi. Não lembro. Depois ir ao banheiro. De novo não sei como foi.  Pra levantar... pensei que ía me quebrar toda.
Não dá pra levantar da cadeira apoiada numa perna só. Não consigo nada.
A doméstica mede as portas e avaliamos a possibilidade de uma cadeira de rodas. A menor que existe na loja não passa pela porta do banheiro (apartamentos novos... são micros) Desisto.
Bom, a sala da tv ganha ares  de acampamento. Trabalhos manuais, livros, jantar, frutas, suco e água. Telefones. As muletas no chão (sabe-se lá pra quê). Banquinhos com rodas e cadeiras fixas. Apoios laterais. Almofadinhas e almofadões.
Na Tv, depois da novela vai começar no telecine o filme "127 Horas". Aquela história do alpinista que fica preso por seis dias e pra se soltar corta o próprio braço. Achei que era um bom momento pra me ensinar mais sobre superação. Tudo ía bem (não pra ele)  mas...  pousa do meu lado esquerdo, lânguida, aquele enorme ser voador que atende pelo nome de barata...
Bom, parece mesmo que os deuses querem me testar...
Levanto! Vou rastejando pelo ap tentando encontrar o aerosol que se encarrega desses bichos e não acho. Ligo pra doméstica que "não lembra" onde botou. Mudo de lugar e sento na cadeira. A baratona, já cansada de voar, anda. Na minha frente. No chão, passa pertinho dos meus pés... mas não se interessa em entrar pelo gesso (os deuses não me odeiam tanto assim). Pego a lata de lixo e me preparo pra prender a bicha emborcando a lata. Foram duas tentativas vãs. Na terceira, fiz o que aprendi com os bichanos da casa: (que claro, estavam dormindo) chegue perto mas não muito e devagar. E espere. Espere a hora certa de dar o bote! Fiz tudo direitinho e pá! Prendi a cascuda!
Recobrando a consciência perdida, me encontro de joelhos no chão a um metro de distância da cadeira num cenário meio, digamos... tumultuado.
Acho que já tô boa. E olha que o  filme, tal exemplo de superação, ainda nem tinha acabado...



   




0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial