terça-feira, fevereiro 20, 2007


A IMPRENSA e etc ..

[seguinte: depois do almoço, euzinha aqui na rede, de frente pro lago, e como senão quando aparece o note com vivo zap um monte de gente e ... a ordem: escreve aí vai, escreve ... Vocês sabem: gordolouco é arrogante, imperativo, ditador. Mas se vende fácinho fácinho: me compraram com três guaranás].

  • Mas repórter é besta. Esse Zé Eduardo se acha!
  • A imprensa toda no carnaval se acha.
  • Mas também não foi sempre assim. O jornalismo também mudou. Agora todo mundo é estrela.
  • Foi o povo que veio de fora que fez isso acontecer. Enquanto só baiano cobria, isso não acontecia. Foi só a Band começar a trazer gente de fora. Eles chegavam aqui e ficavam abestalhados com o tratamento que recebiam. Baiano é bobo mesmo. Trata todo mundo de fora como se fosse rei. Magina que no Rio de Janeiro algum destaque de escola de samba vai falar com o jornalista no meio do desfile ... mandar beijo ... dizer que tá com saudades. Só aqui mesmo.
  • Sem contar que a repercussão é imensa. O Brasil todo vê Ivete falando: "E aí Otaviano meu lindo" - e pensa que Ivete fala só com ele e que ele é o máximo.
  • E aqui é. Terra de cego quem tem um olho é rei.
  • A coisa chegou no absurdo. Pra chamar atenção das "estrelas" o povo começou devagarzinho. Traziam um nomezinho de fora e pronto. De Astrid a Serginho Groissman. Agora ... Tem passista nos camarotes de imprensa - que mais parecem edifícios. Já viu o da Band na Barra? Tem três andares!!!
  • E ontem tinha os bonecos de Recife em cima.
  • Além daquelas bundas?
  • Ó Recife invandindo nossa praia ...
  • A Aratu - pobrezinha - resolveu disputar o mercado e tascou um camarote imenso também. Até o site do Terra montou camarote.
  • Gente, agora é camarote. Quando só cabia a câmera no tripé, e a repórter tinha que ficar sentada em baixo do tripé porque não tinha espaço prá nada, chamava praticável - e era impraticável.
  • quando isso?
  • 85, 86 eu acho.
  • ? ? ?
  • .
  • .
  • .
  • Vocês ouviram o que Wanda Chase disse? Disse que no ano que vem o Camaleão e o Babado vão desfilar só dois dias na Avenida. Dois na avenida e um na Barra.
  • Mas é o que a gente tava falando ontem. O negócio vai ficando pesado e a massa se muda.
  • Que massa?
  • A população.
  • População e povo são duas coisas diferentes. População é coisa de rico. Pobre é POVO. Bota esse POVO com letra maiscula. [botei]
  • O pior é que a antipática da Daniela vai sair de poderosa dizendo que ela que inventou isso.
  • E foi mesmo.
  • Foi nada ... Ela fez o Crocodilo se f... nestes anos todos porque não queria sair a noite na avenida. Pro Crocodilo não dava mais mesmo. Ela combinou com outros - Netinho, Chiclete, Cheiro e sei lá mais quem. Na hora do vamo vê, os outros empresários sacaram que ainda estava cedo demais prá deixar a avenida e desceram do barco. Daniela e o Crocodilo ficaram sozinhos na Barra.
  • Mas vê que é tudo uma questão de tempo pra mudar.
  • Mas a Barra já tá entupida. Com o Chiclete e com a Claudinha vai ficar pior.
  • Mais Camarotes.
  • Se juntar o da Daniela e o do Gil dá mais um bloco com 3 mil pessoas ...
  • É por isso que já se fala num terceiro circuito.
  • E quem vai? Pra onde?
  • Já ouvi falar em paralela e comércio.
  • Que merda !!!
  • Enquanto meu Chicletão tiver na rua eu tô junto.
  • É? E o que tá fazendo aqui seu gordo?
  • Tô esperando a hora do Vôa Vôa ...
  • Se mete! Se mete prá vê só ...
  • Vê o quê? Tá me ameaçando é? Vai fazer o quê? Sair no arrastão do Brown?

[é o casal de ontem ...]

  • Não seu merda! Vou sair no arrastão do Motumbá que aquele negão é Brown passado a limpo!
  • Vai ... vai e vê se não volta!!!
  • Olha aqui ...

.

[entra o bloco do deixa prá lá - alguém vai explicando que é a falta de chocolate que provoca essas coisas, niqui ele logo grita que é a falta de Chiclete que provoca essas coisas - e alguém tira rapidamente um Trident da bolsa. Aí a gargalhada rola]

  • Mas essa Ivete é muito baixaria.
  • Eu gosto. Ela fala tudo que ninguém fala.
  • E precisa?
  • Ué? Alguém precisa saber que esse povo todo estrelado é pago pra vir. Ela ontem gritou do trio no meio do Campo Grande na frente de todas as câmeras: Dança aí que o cachê já tá pago.
  • Ela tava brincando...
  • Mais ou menos. Quem convida paga tudo. Passagem e hospedagem.
  • Mas que vem ganha a maior mídia. Como é que Daniel ía disputar espaço com porta bandeira de escola de samba e sair ganhando?
  • E onde Fernanda Abreu ía chamar mais atenção do que Adriane Galisteu?
  • É mesmo ... Nem o Gianeccini ...
  • Ah não querida!!! Não mesmo!!! O Giani não !!!
  • Ah não? Bota ele do lado do Edson Celulari no Rio de Janeiro que vc vai ver só ...
  • Meninas ... vamos parando ...
  • Vocês ficam com quem vocês quiserem porque meu eleito do ano é Bororó !!!
  • Ô muié! Para com isso senão te quebro os dentes todos!
  • Ó pai ó... Vcs tão vendo como ele é?
  • .
  • .

[em tempo: não se diz: Ó Pai, Ó !

se diz: Ópaí, Ó ! que vem a ser a abreviação de: "olha pra isso aí, olha! ". E depois de mais essa aula de baianês de raiz, eu vou ali ...]





5 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

OLHA DONA GORDA,

Gorda, não sei se você é, pq não lhe ocnheço... mas de louca a senhora não tem nada. Tá é muito da certa. Baiano é muito besta, mesmo. Aqueles papos na frente da Band me deixam vermelhim de vergonha de ser baiano. Ademais, carnaval baiano mermo, já foi bandamel. O que a gente vê é uma coisa indecifrável feita por paulistas para turistas. E a artistagem baiana, que é muito mais comerciante do que artista, vai na onda. Afinal, o maior PIB nacional tá lá, né? Sendo assim, enquanto a fórmula der certo, vamos fomentar a babaquice.
E o Betinho, hem?... Que coisa,gente! E a Band vendendo things pelo menor oferta, durante o carnaval?... É sintomático, não?

Ass. Ari Coelho

20 fevereiro, 2007 14:43  
Blogger tássia disse...

Vamos lá, preciso comentar. Primeiro:

Carminha, querida, você está certa, certíssima. "A imprensa toda no carnaval se acha". E não apenas se acha como invade a rodo os camarotes da vida. É um tal de come, bebe e (ops!) fode, que não é brincadeira. Trabalhando sério mesmo, ralando o c* na ostra, como diria uma repórter amiga minha, vi o Giácomo, com os intermináveis flashes ao vivo, Antônio Reis, com os infalíveis cliques pro Terra, a dupla Marta Erhard e Kleyzer Seixas do atarde.com, que enfrentou a multidão de peito aberto durante toda cobertura com direito a joelho ralado no asfalto e pochete furtada, o bendito fotógrafo da Reuteres que tem um jogo de lentes e um palm top que envia as imagens via ondas de rádio... de meter inveja em qq fotógrafo de jornal meia boca, a exemplo do vespertino onde trabalho. E só. Os demais coleguinhas que estavam lá no camarote de La Mercury e no 2222 já tão metidos demais pra meter a mão na massa. É outra classe, sabe?! É jornatista. Af! É claro que carnaval a fora tinha mais gente trabalhando, mas tô falando do que tive a oportunidade de ver. Resultado: é tanto jornalista estrela que a assessoria dos camarotes tão começando a confundir as bolas. Explico: sexta-feira de carnaval, circuito Dodô em chamas. Na entrada do camarote 2222 a ordem expressa: - Imprensa só amanhã. Como assim só amanhã, querida??? A foto não vai esperar até amanhã não. Olha aqui a minha credencial, tenho que entrar. Qué que eu perca o emprego é??? Como resposta ouço: - Tem gente demais do seu jornal ai dentro. Como assim??? Mas a fotógrafa sou eu. Euzinha, olha meu nome e minha foto aqui no crachá. Deve ter algum engano. - Não insista. Só amanhã e chegue cedo. É claro que vou insistir e como assim chegue cedo? Acha que sou desocupada pra bater ponto na porta do seu camarote é?
Depois de passar 40 minutos mendigando pra trabalhar (sim, mendigando. pq por vontade própria jamais faria isso. só que pauta é pauta. e se voltar pra redação sem a porra da foto não preciso nem dizer o que acontece, né) finalmente consegui entrar na porra do camarote e para minha surpresa (risos), "tinha gente demais do meu jornal lá dentro" afundada no Red Label e no picadinho de carne seca.
Miséria. Daí eu pergunto: se credencia como jornalista pra que porra? Tem que usar outro tipo de identificação já q não tem pauta, não tem deadline e muito menos não tem que dar satisfação pra redação às 3h30 da madrugada. Se não tem que fazer nada disso, tem mais é que cair na esbórnia momesca mesmo. Até mesmo pq camarote realmente foi feito pra comer e beber e no final da noite pagar algum mico que no dia seguinte vai ser lembrado apenas pela faxineira e pelo garçom, os únicos sóbrios nessa festa.

20 fevereiro, 2007 21:47  
Blogger tássia disse...

Outra coisa, Carminha. Não sei se te consola, no carnaval de 85 eu tinha (precisamente) apenas um ano de idade, mas desde 2004 sei muito bem o que é o (im)praticável. O do jornal onde trabalho é exatamente assim: sem espaço pra nada. De quebra, tem uma escada bem empinada, daquelas que pra subir o repórter tem que ter feito o curso básico de aprendiz de bombeiro, sabe? E esse ano, pra melhorar, o (im)praticável da Barra teve vista privilegiada para o tiroteio. Uma beleza! Dois repórteres e um fotógrafo espremidos num biombo 5m x 5m prestes a ser cumprimentado por um projétil desgovernado. O Terra, a Band, isolados no ar condicionado, não tiveram a mesma oportunidade de presenciar in locu tal situação. E você acha, o que? Que alguém se preocupou com isso? Os chefes A-D-O-R-A-R-A-M. Disseram que paroano vão botar o (im)praticável no mesmo lugar já que ficou "muito bem localizado". Só pode ser pra rir.
Palmas a Walter de Carvalho, o único que não se abaixou, continuou de pé, com máquina em punho pra registrar o corre-corre com direto a sangue e miolo no asfalto. Palmas a Kleyzer Seixas que sozinha teve que abandonar o Afropop e colar na polícia pra saber o que tinha acontecido. Palmas pro cinegrafista da tv Aratu e pro repórter Cristiano Gobbi que, nesse exato momento me conta via msn: "estou chocado com o que presenciei ontem. estive a cinco metros de levar um tiro na pipoca do Brown".
Tá bom ou quer mais? VEM PRA BAHIA, BRASIL!
É numa hora dessas que eu queria ter nascido homem só pra encher a boca e dizer: MEU OVO.

20 fevereiro, 2007 22:31  
Blogger tássia disse...

Condordo mais uma vez. "A Barra já tá entupida". De ladrão, por inclusive. E não foi só a Wanda Chase que anunciou a mundança do Babado pro Dodô. Casemiro falou ao vivo hoje de tarde e Cláudia Leite confirmou em pleno circuito Osmar pra 66 países ao vivo pela Globo Internacional, como fez questão de destacar.
Esse lance de puxar um quarto circuito pra Paralela é historinha furada. Já pro Comércio é especulação um pouco mais séria. Tanto é que o governador teve que dizer hoje que será difícil puxar lá pra Cidade Baixa. Segundo ele, a policia não tem efetivo suficiente pra cobrir a área. Mas disse que vai estudar a possibilidade com o Prefeito. De uma forma ou de outra, Brown já está por lá, no antigo Mercado do Ouro, repaginado, com direito até a Caetanave (aquele trio que construiram em homenagem a Caetano assim que retornou do exílio) como objeto decorativo. É o Museu do Ritmo. Soube que deu super certo, casa cheia todos os dias...

20 fevereiro, 2007 23:25  
Blogger tássia disse...

ABAIXO BORORÓ! Depois do Babado Novo, é a maior armação carnavalesca de todos os tempos. Fazer o que... quem paga sai na Band.

Dou ponto pra Armandinho que puxou o trio com a parentada e o violonista novaiorquino (e multiinstrumentista) Ted Falcon. Um arraso!!!

Tá vendo, Seu Ari, sinta vergonha não. Sinta é pena da paulistada que deu as costas e cortou a transmissão enquanto a fobica passava.

É que Armandinho não paga pra Cléo Pires e Gianechini erguerem o indicador direito pro alto aos pulinhos.

É que Armandinho não fez a mínima questão de cumprimentar a japonesa-loira-bigbrodiana, Sabrina Sato, nem muito menos o agitador de palco Otaviano Costa. Também não deu nem tchun pras 12 câmeras virtuais do Terra. Passou reto, virou a cara e, creio eu, só não deu dedo pq
todas as falanges, falanginhas e falangetas estavam devidamente ocupadas nas cordas da guitarra baiana.

É que Armandinho antes de qualquer coisa ainda quer fazer carnaval de verdade. Sabe como é, aquele carnaval lá que o senhor já deve ter brincado vestido de mortalha junto com Denis. Aquele carnaval do "verdadeiro enxame, chame chame gente". O carnaval da "mágica boa... meu amor, cadê você? Olê, olê, olá. Ê, você, olê, olá". O carnaval que o Asa não arrêa. O carnaval que eu só conhecia de ouvido, ao som de comentários saudosistas feitos por meus pais, feito por vocês dessa época ai.

Mas esse ano, Seu Ari, pela primeira vez, aos 23, vi tudinho. OU melhor, ouvi e dancei. Fechei a pauta mais cedo só pra correr pra Ondina e pegar o trio. Dancei de me acabar. Eu e toda turminha da casa dos 20 que estava em Ondina, incluindo boa parte da reportagem (também da casa dos 20) do Correio da Bahia, da TV Bahia, TVE e do A Tarde. A turminha que se fode de trabalhar sem receber jabá. Que veio da década de 80 mas carrega (não sei pq) uma aura lá da época de vocÊs. Que é jornalista por ofício e não por status. Todo mundo adiantou a pauta pra correr atrás do caminhão.

Sem confusão, sem briga, com ânimo e empolgação. E muita cerveja, é claro! Mesmo tendo pauta no dia seguinte. Fomos ao som de Villa-Lobos, bolero de Ravel e tudo de bom composto por Armandinho, Dodô, Osmar, Morais Moreira, Caetano, Gil, Fausto Nilo, Pepeu Gomes e a louca da Baby. Músicas de Brown e Margareth também ganharam versão especial ao som da guitarra baiana.

Olha, eu amei. Todos que estavam na rua amaram. Agora já vou poder me incluir na conversa de vocês. E digo mais: paroano, se continuar refém das pautas carnavalescas, vou sair no Cortejo Afro. Eu e a turminha. Todos vestidos a caráter. Uns já sairam de Gandhy esse ano. Bora nessa? Bora, Denis, bota Carminha. Até a Pró já tá pensando em colocar no orçamento dela de verão :)

21 fevereiro, 2007 00:55  

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