BORORÓ - O ORIGINAL

DA COR DO PECADO

Composição: Bororó

Esse corpo moreno

Cheiroso e gostoso

Que você tem

É um corpo delgado

Da cor do pecado

Que faz tão bem

Esse beijo molhado

Escandalizado que você deu

Tem sabor diferente

Que a boca da gente

Jamais esqueceu

E quando você me responde

Umas coisas com graça

A vergonha se esconde

Porque se revela

A maldade da raça

Esse corpo de fato

Tem cheiro de mato

Saudade, tristeza

Essa simples beleza

Esse corpo moreno;

morena enlouquece

Eu não sei bem porque

Só sinto na vida

O que vem de você

Palavras do Chico [o único] :

"O Tom [Jobim] sempre foi muito generoso e amoroso comigo. Ele também gostava de algumas das minhas primeiras músicas, como "Ela Desatinou", "A sua lembrança me dói tanto" ... Ele tinha isso com muitas músicas de outros compositores também, ele era atento. Só no fim é que ele começou ficar já meio enfastiado, intoxicado de música. Ele dizia "I hate music", mas por outro lado, o tempo todo ele ouvia muita gente nova, e antiga também, o Bororó, o Custódio Mesquita, e tal. E gostava muito do Ary Barroso. Um dia eu encontrei o Bororó num escritório de direitos autorais, e eu não o conhecia. Falei: "Bororó, que coincidência, muito prazer, Chico Buarque, e tal ! Você sabe que ontem, (e era verdade) - ontem à noite eu estive na casa do Tom, [o Jobim] e ele ficou tocando músicas suas ?" E então o Bororó respondeu: "Ele toca mais não grava". (risos). O Bororó é famoso pelo mal humor... Depois o Tom acabou gravando uma música dele".